terça-feira, 18 de março de 2014

Febre Maculosa em Mato Grosso do Sul

texto extraído de http://www.msrecord.com.br/noticia/ver/110125/servidores-da-capital-sao-capacitados-sobre-sintomas-tratamento-e-prevencao-da-febre-maculosa-veja
MS Record
Nesta segunda-feira (10/3/14), representantes do Ministério da Saúde estão na Capital para capacitar servidores de Campo Grande e de municípios do interior do Estado sobre sintomas, tratamento e prevenção da febre maculosa: doença que se manifesta em animais silvestres como a capivara e infecta o homem pela picada do carrapato.
Desde a semana passada, o MS Record tem investigado o risco de contaminação em Mato Grosso do Sul, por meio de uma doença ainda pouco discutida no Brasil que se chama febre maculosa.
Em Dois Irmãos do Buriti surgiu uma suspeita da doença em humanos, e em Campo Grande, dois carrapatos contaminados pela bactéria da febre maculosa foram encontrados por pesquisadores da Embrapa que estudam o assunto, já há algum tempo.
Em Campo Grande as capivaras tem espaço privilegiado. Em um parque - localizado bem no centro da cidade - elas convivem em harmonia com homem e a natureza. São roedores dóceis que compõem o cartão postal da Capital e revelam os gracejos do pantanal sul-mato-grossense.
Mas o risco de contaminação - por meio da febre maculosa, preocupa. A capivara é o principal hospedeiro da doença, que chega aos humanos pelo carrapato - e a espécie mais comum da transmissão é o carrapato estrela.
Nesta semana, estratégias para fazer a vigilância sanitária e identificar o surto da febre maculosa são os principais estudos que começam a ser implementados no estado pelo ministério da saúde. O encontro reúne biólogos e médicos veterinários de pelo menos oito municípios do Estado.
A proposta é implantar uma rede de vigilância nacional para prevenir doenças transmitidas pelo carrapatos, entra elas a febre maculosa brasileira. Mato grosso do sul ainda é considerado um estado silencioso quanto a transmissão da bactéria, mas a contaminação já preocupa as autoridades.
Em uma unidade da Embrapa, em Mato Grosso do Sul, o tema da febre maculosa já era estudado, mas ganhou força depois que houve um caso confirmado da doença na cidade de dois irmãos do buriti - localizada a 110 quilômetros da Capital.
O pesquisador Renato Andreotti trabalha no combate a carrapatos ha mais de duas décadas e chegou a desenvolver parte deste livro recém lançado pela instituição. Ele explica que se a doença da febre maculosa não for tratada a tempo, pode levar a morte em poucos dias.
Ano passado, dois carrapatos da espécie estrela - que foram capturados pelos pesquisadores, estavam infectados pela bateria transmissora da doença. Os locais, de onde saíram os carrapatos, não foram divulgados, mas é a cofirmação de que a doença existe e precisa ser combatida.
Em um laboratório bio molecular, estudantes da universidade federal de mato grosso do sul, com foco em doenças infecto parasitarias e saúde animal, atuam na pesquisa do projeto de genoma dos carrapatos. Por meio do D.N.A conseguem identificar a resistência dos carrapatos e chegar ao controle e prevenção da praga urbana e rural.
Desde 1999, a unidade da Embrapa de campo grande trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra o carrapato. Estudo que já apresentou 85% de eficácia no boi e que se for ampliado poderá também apresentar resultados satisfatórios na capivara - a principal hospedeira da doença. Para o pesquisador, a circulação da febre maculosa no Estado, é uma preocupação a saúde pública.
A intenção dos pesquisadores agora é identificar a probabilidade da circulação da bactéria nos parques da cidade, onde se concentram grande população de capivaras e que acabam por atrair os carrapatos. O coordenador de vetores Fiocruz Gilberto Salles é referencia no controle de vetores pelo laboratório da Fundação Oswaldo Cruz. Estuda a manifestação do carrapato ha mais de 20 anos e garante: chegou a hora do Brasil acordar para o risco da febre maculosa.
Mas é cauteloso em afirmar que as capivaras existentes nos parques de campo grande podem refletir um risco a saúde pública. No parque das nações indígenas, um mapeamento começa a ser realizado pelo projeto. Quem frequenta o parque diariamente, se assusta com a notícia do risco de contaminação.
Mas ha quem seja cauteloso na decisão e não pretende deixar de frequentar o parque de tantas belezas.
O MS Record tentou contato com a prefeitura para um posicionamento sobre essa situação e foi informado que profissionais do centro de controle de zoonoses estão na capacitação da Embrapa, junto com profissionais do estado e Fundação Fiocruz.
Sobre o caso de Dois Irmãos do Buriti, em contato com a Secretaria Municipal de Saúde do município, foi informado que os exames realizados na pessoa e nos animais da fazenda que ele mora deram negativos, descartando a possibilidade de febre maculosa. (Com colaboração Willian Franco, TV MS Record)

Nenhum comentário: